Técnica: placa de computador + objetos + imagens digitalizadas
Dimensões: 26 x 27 x 5,5 cm
Obra composta de três placas de computador, cujos componentes eletrônicos foram rearranjados a fim de facilitar a inclusão de elementos figurativos na composição do trabalho. O conjunto das placas forma um livro com três páginas. Cada página representando uma etapa do desenvolvimento humano na Terra (Gaia).
A primeira página (capa do livro) aborda o desenvolvimento do Homem desde a pré-história até a Antigüidade. Nesse período, o Homem aprendeu a observar o céu e relacionar determinados fenômenos celestes com o crescimento das plantas e, consequentemente, aprendeu a cultivá-las, passo fundamental para o seu desenvolvimento cultural e tecnológico. A inclusão de imagens representativas desse desenvolvimento começa pelo canto inferior esquerdo da placa onde se encontra a silhueta da mão de um homem pré-histórico, autor dos desenhos e pinturas rupestres encontrados em uma caverna. Junto a essa mão estão as imagens de duas placas de barro com inscrições muito antigas, representando a invenção da escrita. No centro da parte superior da placa encontra-se um compartimento dividido em duas partes. Na parte superior do compartimento estão algumas fases de um eclipse solar e, logo abaixo, a Terra e uma espiga de trigo, o alimento fornecido pela mãe Terra (Gaia). No compartimento inferior estão elementos que representam a natureza, conchas, flores, sementes, etc. No compartimento superior direito, encontra-se um esqueleto representando um fóssil pré-histórico, o mesmo ocorrendo com um osso ao lado desse compartimento. Abaixo uma ampulheta representa o transcorrer do tempo. Uma outra imagem apresenta as pegadas humanas mais antigas encontradas até hoje. Uma placa com inscrições cuneiformes está acima do esqueleto de “Lucy”, supostamente o ancestral mais antigo do ser humano. O Cruzeiro do Sul está representado através de estrelas metálicas junto a uma pedra lascada.
A segunda página aborda o período entre a Antigüidade e a Revolução Industrial. Vários elementos, tais como, caracóis e espirais representam o desenvolvimento matemático do homem obtido através da observação da natureza. O eclipse solar envolto em nuvens e um corvo em primeiro plano representam a superstição vigente no período e o olho com a Terra no centro representa o misticismo religioso. O desmembramento da figura humana desenhada por Leonardo da Vinci representa o humanismo no Renascimento; e o mapa mundi representa as grandes navegações e o sentido de domínio da natureza que o Homem acredita ter ao criar divisões territoriais. As diversas peças mecânicas representam o desenvolvimento proporcionado pela Revolução Industrial e o ilusório domínio Humano sobre a natureza.
A terceira página aborda o período entre a Revolução Industrial e o momento atual. Várias imagens ou elementos colados na placa representam situações ou circunstâncias próprias da nossa era. As imagens da Terra sem água e com o buraco na camada de ozônio representam a fragilidade do ser humano frente à escassez dos recursos naturais devido a uma exploração inconsistente com a qualidade de vida que todos almejamos. Nesse sentido, a Terra dentro do relógio reforça o conceito de pouco tempo para evitar uma situação apocalíptica. O cogumelo atômico e o relógio destruído pela bomba em Hiroshima representam os perigos que o mau uso da tecnologia pode causar. A imagem de um soldado e uma bala de revolver representam a violência atual. Os urubus sobre um monte de lixo, uma floresta queimada e a imagem de vírus atacando uma célula representam a perda de qualidade de vida atualmente. As imagens de espermatozóides tentando penetrar um óvulo e o reflexo de um eclipse solar sobre uma mão demonstram o entendimento que o conhecimento humano trouxe sobre os fenômenos da natureza. Na parte inferior direita da placa, a imagem de uma mão sobre uma placa de computador (minha mão) faz uma ligação com a mão do homem pré-histórico, na primeira página, como se fosse uma assinatura da humanidade, mas também como se fizesse um sinal de proibido para as inconseqüências praticadas pela humanidade atualmente.
Walter Miranda – junho/2001
Livro de Gaiai - I
Obra composta de três placas de computador, cujos componentes eletrônicos foram rearranjados a fim de facilitar a inclusão de elementos figurativos na composição do trabalho. O conjunto das placas forma um livro com três páginas. Cada página representando uma etapa do desenvolvimento humano na Terra (Gaia).
A primeira página (capa do livro) aborda o desenvolvimento do Homem desde a pré-história até a Antigüidade. Nesse período, o Homem aprendeu a observar o céu e relacionar determinados fenômenos celestes com o crescimento das plantas e, consequentemente, aprendeu a cultivá-las, passo fundamental para o seu desenvolvimento cultural e tecnológico. A inclusão de imagens representativas desse desenvolvimento começa pelo canto inferior esquerdo da placa onde se encontra a silhueta da mão de um homem pré-histórico, autor dos desenhos e pinturas rupestres encontrados em uma caverna. Junto a essa mão estão as imagens de duas placas de barro com inscrições muito antigas, representando a invenção da escrita. No centro da parte superior da placa encontra-se um compartimento dividido em duas partes. Na parte superior do compartimento estão algumas fases de um eclipse solar e, logo abaixo, a Terra e uma espiga de trigo, o alimento fornecido pela mãe Terra (Gaia). No compartimento inferior estão elementos que representam a natureza, conchas, flores, sementes, etc. No compartimento superior direito, encontra-se um esqueleto representando um fóssil pré-histórico, o mesmo ocorrendo com um osso ao lado desse compartimento. Abaixo uma ampulheta representa o transcorrer do tempo. Uma outra imagem apresenta as pegadas humanas mais antigas encontradas até hoje. Uma placa com inscrições cuneiformes está acima do esqueleto de “Lucy”, supostamente o ancestral mais antigo do ser humano. O Cruzeiro do Sul está representado através de estrelas metálicas junto a uma pedra lascada.
A segunda página aborda o período entre a Antigüidade e a Revolução Industrial. Vários elementos, tais como, caracóis e espirais representam o desenvolvimento matemático do homem obtido através da observação da natureza. O eclipse solar envolto em nuvens e um corvo em primeiro plano representam a superstição vigente no período e o olho com a Terra no centro representa o misticismo religioso. O desmembramento da figura humana desenhada por Leonardo da Vinci representa o humanismo no Renascimento; e o mapa mundi representa as grandes navegações e o sentido de domínio da natureza que o Homem acredita ter ao criar divisões territoriais. As diversas peças mecânicas representam o desenvolvimento proporcionado pela Revolução Industrial e o ilusório domínio Humano sobre a natureza.
A terceira página aborda o período entre a Revolução Industrial e o momento atual. Várias imagens ou elementos colados na placa representam situações ou circunstâncias próprias da nossa era. As imagens da Terra sem água e com o buraco na camada de ozônio representam a fragilidade do ser humano frente à escassez dos recursos naturais devido a uma exploração inconsistente com a qualidade de vida que todos almejamos. Nesse sentido, a Terra dentro do relógio reforça o conceito de pouco tempo para evitar uma situação apocalíptica. O cogumelo atômico e o relógio destruído pela bomba em Hiroshima representam os perigos que o mau uso da tecnologia pode causar. A imagem de um soldado e uma bala de revolver representam a violência atual. Os urubus sobre um monte de lixo, uma floresta queimada e a imagem de vírus atacando uma célula representam a perda de qualidade de vida atualmente. As imagens de espermatozóides tentando penetrar um óvulo e o reflexo de um eclipse solar sobre uma mão demonstram o entendimento que o conhecimento humano trouxe sobre os fenômenos da natureza. Na parte inferior direita da placa, a imagem de uma mão sobre uma placa de computador (minha mão) faz uma ligação com a mão do homem pré-histórico, na primeira página, como se fosse uma assinatura da humanidade, mas também como se fizesse um sinal de proibido para as inconseqüências praticadas pela humanidade atualmente.
Walter Miranda – junho/2001